Certamente que todos estão a par do conflito que se gerou na América do Sul, entre Colômbia, Equador e Venezuela. Por incrível que pareça, o Equador – que viu o seu Estado invadido, ainda que numa pequena porção de terreno – parece ser o País mais calmo e que, ao que parece, encara os acontecimentos com alguma naturalidade.
Se não se tratasse de Hugo Chávez, podíamos ser levados a julgar que o conflito se deve ao raide aéreo Colombiano, no Equador. Contudo, é importante não esquecer, em Novembro, o Presidente Colombiano e o Presidente Venezuelano entraram em rota de colisão. Tudo porque Uribe recusou a mediação de Chávez nas conversações com as FARC. Acredito que foi este o momento que despoletou toda esta novela Latina. Chávez gosta de ser o centro das atenções (veja-se a ideia de alterar o horário na Venezuela) e foi exactamente isso que procurou com a proposta de mediação. O problema do Presidente da Venezuela foi não saber que Uribe já “não vai na cantiga”. E ao não aceitar a ajuda – que de boa vontade tem pouco – demonstrou as fragilidades de Chávez. O General – que ambiciona liderar um Movimento Socialista na América do Sul, senão me engano “O Novo Socialismo” – ao ver a recusa do Presidente Colombiano sentiu o tapete a fugir e, pior, não tinha um pretexto válido para ir ao “Alô Presidente” atacar Uribe. Agora, já o tem – e assim o fez!
Daí afirmar que o conflito – pelo menos, na cabeça de Chávez – teve início em Novembro e não agora com a entrada Colombiana no Equador. Vejo este facto como um pretexto, se quiserem, uma oportunidade para o Presidente da Venezuela ter algum mediatismo.
É unânime que as forças Colombianos entraram no Equador e não na Venezuela. Pois bem, então que razões terá Hugo Chávez para tanta excitação? O que verdadeiramente o move? Que vantagem pode alcançar em ameaçar a Colômbia?
A meu ver, Chávez quer importar o problema com um único objectivo – benefícios políticos. Isso está bem patente na forma como anunciou o envio de 10 batalhões de tanques para a fronteira – que por acaso até é selva densa – ou ainda, como expulsou o corpo Diplomático Colombiano da Venezuela. Deste conflito, entre Colômbia e Equador, Chávez quer retirar o máximo aproveitamento político. Isto porque sabe que está a perder o apoio popular. No dia 2 de Dezembro, o Presidente Venezuelano sofreu a primeira derrota, ao ver a proposta de Revisão Constitucional chumbada. Actualmente, os níveis de popularidade do General desceram de 62% para 44%. Chávez não é parvo e sabe que ao aproveitar o conflito, fazendo uso de um Nacionalismo exacerbado, aumenta os seus (dele) níveis de popularidade. No fundo, tudo não passa de uma fuga para a frente…
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